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CONHEÇA CIDADES HISTÓRICAS E COMUNIDADES TRADICIONAIS

Estrada Real - Caminho dos Diamantes

ALT: MAPA DO CAMINHO DOS DIAMANTESCaminho dos Diamantes

 O Caminho dos Diamantes atravessa três cidades fundamentais na história e na construção do Brasil: Diamantina, Serro e Ouro Preto. É exatamente em Diamantina que nossa aventura começa. Situada no Alto Jequitinhonha, em meio à Cordilheira do Espinhaço, a cidade, que hoje tem cerca de 60 mil habitantes, foi fundada em 1713 e era então chamada de Arraial do Tejuco. Passa a se destacar no século XVIII, em função do garimpo de diamantes e outras pedras preciosas.

 Lar de Chica da Silva, berço de Juscelino Kubitscheck e recanto dos integrantes do Clube da Esquina, a charmosa Diamantina abriga museus, igrejas, casarões, causos curiosos e monumentos coloniais que são referência na arquitetura brasileira. Tudo isso em meio à exuberante paisagem do Espinhaço, com destaque para o Pico do Itambé. 

O município do Serro, que fica a 90 km de Diamantina, é ainda mais antigo, tendo sido fundado em 1701. À época, o arraial de Santo Antônio do Bom Retiro do Serro Frio era a maior comarca de Minas Gerais, abrangendo a área de Diamantina e todo o norte e nordeste do Estado. 

 A cidade também era o centro da exploração de ouro na região e sediava a Casa de Fundição da Coroa Portuguesa, para onde toda a produção aurífera era encaminhada. No livro Casa Grande e Senzala, Gilberto Freyre ressalta a importância da africana Jacinta de Siqueira não só para a fundação e povoamento do município, mas também por ser o tronco matriarcal de um grupo de ilustres famílias com grande importância política para o país.

 Atualmente, o Serro tem cerca de 30 mil habitantes e se destaca pela produção de queijos finos de alta qualidade, muitos deles premiados em festivais internacionais. Além da visita à igreja e locais históricos da cidade, conhecer uma das fazendas produtoras do famoso Queijo do Serro é parada obrigatória durante a Expedição.

A cidade de Ouro Preto dispensa comentários. Classificada como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco, é um dos principais destinos turísticos do país por conta da sua importância histórica, artística e cultural. Fundada em 1711, a antiga Vila Rica foi responsável, sozinha, por produzir em apenas 70 anos (de 1700 a 1770) o equivalente a toda produção de ouro do resto da América entre 1493 e 1850 e alcançou cerca de 50% do que o mundo produziu nos séculos XVI, XVII e XVIII.

Tamanha abundância do metal mais valioso do planeta gerou consequências que repercutiram nos rumos políticos e socioculturais do Brasil. A riqueza proveniente da mineração aurífera fez de Ouro Preto o abrigo do maior conjunto homogêneo de arquitetura barroca do país e permitiu a ascensão do mestre Aleijadinho, cujas obras, marcadas pela profusão de detalhes e pelo estilo peculiar do artista, se tornaram referências internacionais dentro do Barroco.

 Mas a avidez da Coroa Portuguesa pelo ouro da região terminou por fundar as bases para a Independência do Brasil. Interessadas apenas em arrecadar o precioso metal, a Coroa e a Metrópole mantinham severos mecanismos de controle e opressão, ao mesmo tempo em que não ofereciam os recursos necessários durante o período de intenso crescimento e desenvolvimento da cidade, favorecendo a escassez de alimentos, a desordem e a miséria. 

 A subdivisão das terras, o grande número de escravos e a exploração predatória acabariam por exaurir as minas e provocar conflitos. A região ouropretana hoje conhecida como Morro das Queimadas, por exemplo, foi palco de uma luta sangrenta entre portugueses e paulistas durante a Guerra dos Emboabas. Outros levantes, como o de Felipe dos Santos, surgiram menos com caráter nacionalista do que como protesto contra a opressão voraz do fisco. Estas reivindicações culminaram, por fim, na Inconfidência Mineira, que foi o maior movimento de libertação da Colônia.

 Atualmente, Ouro Preto tem cerca de 75 mil habitantes e é a sede de uma das Universidades mais tradicionais do país, a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Possui uma cena artística e gastronômica diversificada, com ótimos restaurantes, bares e atrações culturais. 

Na Expedição Caminho dos Diamantes, os viajantes poderão acompanhar a construção da História do Brasil não somente através das visitas às cidades históricas, mas durante todo o trajeto pela Estrada Real, cujos caminhos, é claro, por si só já apresentam fatos e características socioculturais importantes. 

 No entanto, os passeios pelas pequenas comunidades tradicionais existentes ao longo do percurso nos revelam nuances históricas que raramente estão presentes nos livros didáticos. Escondidas por entre as montanhas do Espinhaço e longe da efervescência das cidades, os povoados de Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras, Conceição do Mato Dentro e Cabeça de Boi ainda mantém preservados não somente seus recursos e atrativos naturais, como também seus costumes, o modo de viver e de se relacionar. 

 No interior, o tempo se dilata para abrigar causos longos, comidas típicas à beira dos fogões à lenha, produtos artesanais e tradições que são passadas de geração em geração. Além disso, poder acompanhar a evolução e os impactos das atividades de mineração desde os garimpos rudimentares de ouro e diamante da época da colônia até a moderna extração industrial de minério de ferro dos tempos atuais é mais um diferencial desta viagem.

Não deixe de experienciar essa aventura e aproveitar desse enriquecimento de alma sócio-cultural.